O SÁBIO SABIÁ SABIA TUDO
SÁBIO SABIÁ SABIA TUDO
sábia aprende com os erros dos outros.
contar para vocês o que me aconteceu esta semana, só esta semana: Estava no
quintal de minha morada, que é uma grande escola, fácil de descobrir, começa
com Padre, tem as mesmas vogais do meu nome, Matias.
abaixo uma bela praça e na frente um igreja muito bonita, já entrei lá para
clarear as ideias. Estava assim meio tristinho porque a minha querida disse que
era chegado tempo de por alguns ovos.
logo nas dificuldades que passei da última vez, morava num local totalmente
desprovido de alimentação. Seco, sem árvores, só prédios e mais prédios, um
atrás do outro.
vez em quando aparecia uma alma caridosa que molhava o chão para lavar o seu
carro aí a gente podia ciscar e descobrir algumas iscas. O lixo era farto, mas
nós não vivemos de lixo. Somos mais sofisticados, comemos as saborosas minhocas
dos jardins.
desses fiquei sabendo que alguém até escreveu um livro só dedicado a mim: “O Sabiá e o Abacateiro.”
Nem sei quem foi, mas
fiquei muito envaidecido, até que enfim alguém se lembrou da gente.
a minha nega (será que alguém vai se
importar de chamá-la de nega? Esse negócio de afrodescendente é pura bobagem). Pois é ela estava lá chocando os seus ovinhos numa janela
que vivia fechada. Quando descobriram que a gente estava lá, apareceram tanta pessoas
só para atrapalhar. Era um tal de abrir e fechar a janela, só para bater fotos
e mais fotos, que eu já estava perdendo a paciência.
xinguei, mas arranquei alguns cabelos de uns chatos. Aproveitei e levei para o
ninho, eles são macios e bons para isso.
dia, lá na praça, vi uma fumaça
danada, era uma turma de jovens.
filhos estivessem no meio, mas que nada, há muito tempo eles não aparecem por
estas paragens, foram para as bandas do grande Bairro do Niterói.
jovens são assim mesmo, a gente os cria e quando começam nascer penas já vão
logo voando por outros cantos e abandonando a gente.
um biólogo aqui na Escola, só para estudar as minhas idas e vindas, achei
aquilo meio chato e mandei ele embora com uma boas bicadas.
caras meio doidos, querendo conversar com a gente.
conversamos só com o zelador da escola, ele é legal com as crianças e com
gente. Molha as plantas todas as manhãs e alí conseguimos o nosso alimento
preferido debaixo daquelas folhas e gramas.
a minha nega, anda muito preocupada com algumas crianças malvadas que estão
atirando pedras no nosso ninho. Já falei para ela que não precisa se preocupar,
qualquer dia desses eu ataco esta turma e vão ficar com a testa marcada para
sempre.
estão até reclamando do meu linguajar. Ora, aprendemos com os humanos, que
falam muito palavrão e gíria. E agora para completar, um besteirol sem fim da
internet. Facebook, ah! Coisa besta, ficam lá no computador horas e horas
quando deveriam estar fazendo qualquer coisa de útil. Estudando, por exemplo.
Ou então conversando com os filhos.
este tal de celular? Nossa Senhora, que aparelho inútil. Só serve para fofoca.
Quando precisam utilizá-lo para emergência, não tem bateria.
gente quase morrer, daqui desta praça, tentando atravessar a rua sem olhar para
os lados.
coisa horrorosa este tal de celular. Uns falam alto. Já outros simulam barulhos
e falam a esposa que estão no trabalho ou na escola, quando na realidade estão
nos bares enchendo a cara.
dias encontrei um até moderninho, tinha rádio, tocava umas músicas até bonitas.
Mas daí a pouco começou aquela enxurrada de música, que dizem modernas, mas de
um gosto muito além do pior.
só, mas se quiserem ouvir umas lindas músicas dos velhos tempos é só clicar aí
em baixo:
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