“Pela Estrada Real e seus descaminhos o suor escorreu,
o sangue correu e o ouro escoou a caminho da Europa.”
(Instituto Estrada Real)
Capítulo I
Ouro Branco
Numa aventura anterior, em 1999, Osvandir esteve em Ouro Preto e encontrou a Mulher de Branco, passou um susto danado.
Agora ele resolveu visitar a cidade de Ouro Branco, também em Minas Gerais.
Perguntou na Prefeitura a origem do nome Ouro Branco e um funcionário informou que o ouro de cor amarela, natural claro, produzida pelo metal paládio a ele associado, é denominado de “Ouro Branco”.
Ficou instalado, provisoriamente, no Hotel Mirante da Serra.
Resolveu ver uma velha gameleira que segunda a história, foi onde ficou exposta a perna direita de Tiradentes. Sentiu os pelos dos braços arrepiarem quando chegou perto.
Ali na Estrada Real, viveu o momento onde o Governo do Estado mandou distribuir várias partes do corpo de Tiradentes, colocando-os onde ele mais frequentava.
Saindo deste caso tenebroso foi para o Hotel, nem teve coragem para almoçar. Tomou apenas um café.
Ao sair, o porteiro disse-lhe que tinha um recado de uma mulher muito bonita. Eis o que estava escrito naquele papel amarelado pelo tempo: “Venha encontrar-me na Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens”.
Reparou bem no papel e notou que o bilhete fora escrito com uma velha caneta-tinteiro, com tinta azul. Achou aquilo meio estranho, por que hoje em dia ninguém escreve mais com estas canetas.
Deixou de pensar no pior, a caneta poderia ser a famosa Mont Blanc. Nada de terrorífico, coisa de gente fina.
Queria mesmo conhecer a Capela de Nossa Senhora Mãe dos Homens, bem antiga. Pegou o carro e deu umas voltas pela cidade, pensou melhor e voltou ao Hotel para almoçar.
Quando o relógio da matriz bateu doze badaladas ele levantou-se repentinamente, nem tinha almoçado direito e foi ao encontro da misteriosa mulher.
De longe ele pode notar na porta da Capela uma mulher vestida de preto.
Agora ele estava metido em encrenca muito pior do que a Mulher de Branco de Ouro Preto.
Ao aproximar o veículo, notou que ele era muito magra, tipo modelo profissional, com uns vinte e cinco anos aproximadamente. Muito bonita, cabelos negros e um batom vermelho muito forte. Rosto um pouco pálido.
― Olá meu jovem, ― disse ela logo aproximando de Osvandir.
― Como vai? Qual o objetivo deste convite tão especial?
― Você não queria conhecer Ouro Branco? Deixa comigo. Meu pai é proprietário de umas terras próximo da Fazenda Carreiras, na Estrada Real.
― Ouvi falar que hoje haverá uma balada… ― nem bem Osvandir, completara a frase, aquela linda mulher foi dizendo:
― Eu sei onde é, poderemos ir. Vou te mostrar o local e à noite estarei a sua espera lá.
Despreocupado Osvandir voltou para o Hotel; mas e nome da moça? Ele nem perguntou. Procurou o porteiro do hotel, ele também não sabia o nome da mulher.