Categoria: terra.
A MORTE VEIO DO ESPAÇO
A MORTE VEIO DO ESPAÇO
CAPÍTULO III
O ASTEROIDE
É a primeira vez, há mais de trinta anos, que um objeto tão grande passaria tão perto da terra. Vieram astrônomos do mundo inteiro para observá-lo, diretamente das terras do Tio Sam.
Oportunidade melhor não poderia surgir do que essa. Com seus possantes telescópios dirigidos para aquela região tentando não perder nada.
Foi aí que um deles percebeu que uma pequena explosão surgiu na parte inferior do asteroide. E mais outra, cujos clarões eram perfeitamente percebidos da terra.
Ampliando a imagem notou que poderia ser foguetes. E acertou, eram mesmo os foguetes da NASA que estava tentando alterar a rota daquele asteroide que virou manchete nos jornais do mundo inteiro.
O satélite descontrolado estava recebendo mensagens e não as processava. Continuava atirando por todos os lados.
Tudo estava indo como planejado pelos cientistas. O encontro era eminente. Canais de TV, jornais, internet, já haviam descoberto o truque da NASA. Manchetes pipocavam por todos os lados:
“ASTEROIDE VAI EXPLODIR SATÉLITE MILITAR”
Houve uma explosão, um choque, metais derretidos, pedaços caindo por todos os lados e o asteroide seguiu como se não tivesse sofrido nenhum arranhão.
O satélite avariado continuou atirando, desta vez para lua, até que a NASA, pudesse dar um fim nesta engenhoca infernal.
E a nossa lua sob constante ataque de raios lasers, de uma arma terrestre.
Até quando ela irá suportar?
Manoel Amaral
A MORTE VEIO DO ESPAÇO
OSVANDIR NO PLANETA MARTE
A REVOLTA
Era um tiroteio no próximo de onde ia pousar, uma explosão chegou a abalar o Aero-car.
De manhã quando abriu o Jornal do Setor 9, O Amanhecer, noticiou:
Adolescente morre em troca de tiros
“Um adolescente de 16 anos suspeito de roubar um veículo Aero-car acompanhado da namorada, grávida de três meses, morreu em uma troca de tiros com os “fardas vermelhas” (SS), na noite de ontem na região do Setor 9, zona Norte. Pouco antes do tiroteio, ele tentou atingir policiais que cumpriam a sua dolorosa missão. O jovem “di menor” estava armado com uma pistola de uso exclusivo da Polícia de Repressão” – dizia o jornal.
Osvandir comentou:
__ Até aqui! Estamos perdidos! Em São Paulo, no meu país, isso era corriqueiro, mas por aqui pensei que não existisse isso…
__ Hiii, meu filho, você não viu nada, isto aqui virou uma verdadeira panela de pressão, está prestes a explodir! Falou o Chefe do Setor.
__ Cruz credo! – Exclamou Osvandir.
__ Eles andam, na maior velocidade em seus quadriciclos, fabricados na China, exclusivamente para trafegar no solo marciano. As rodas são monstruosas, da altura de um homem e de grande velocidade. Destroem tudo pela frente, ainda foram adaptadas com armas que podem atingir a mais de um quilômetro de distância. São uma praga.
– Continuou explicando o Senhor Alfredo para uma roda de novatos.
De acordo com a corporação policial os “menores” assaltam, matam sem dó nem piedade, principalmente agora que o tempo deles está terminando, porque no mês que vem uma nova lei vai entrar em vigor rebaixando para 15 anos a idade de responsabilidade civil.
Osvandir tinha muita coisa para aprender. Lia relatórios e mais relatórios.
Descobriu ele, uma Escola Especial, a “Espaço Sideral” que ensinava coisas do futuro, colocava os alunos em dia com as atualidades espaciais. Trazia, anualmente, diferentes gincanas, de todos setores, para competição entre as turmas de alunos. Tinham vários nomes de equipes: Preta-black, Azul-blue, Vermelha-red, Verde-green, Branca-white. Nomes tão criativos, que competiam o ano inteiro, dava mais trabalho para os pais que para os alunos.
Continua…
Manoel Amaral
OSVANDIR NO PLANETA MARTE
“A vida de rico é um romance,
da classe média é novela e o
pobre é um conto.”
(Osvandir)
Osvandir seguia numa missão Terra-Marte, com a empresa ASAN de interesse em mineração.
Muito tempo no espaço, as pernas dos viajantes espaciais já estavam ficando pesadas, a cabeça sem referência do real, completamente desorientada.
Os passageiros da agonia nem mais conversavam uns com os outros. Eram na maioria latino-americanos. Parecendo bois que iam para o corte, o abate.
A nave apresentava alguns defeitos, fumaça aqui, gazes fortes acolá, mangueiras caindo do teto, metais despregando-se pela alta velocidade.
Os que não estavam acostumados a essas viagens interplanetárias, ficavam como se fossem morto-vivos, andando de um setor para outro, como abelhas que tivesse tomado um pouco de whiskey nas pétalas das flores.
Mesmo separando por países, havia certa confusão. Os brasileiros detestavam os Norte-Americanos. Estes abominavam todo o resto da América Latina.
Chamavam os brasileiros de burros, preguiçosos e outros itens pejorativos. Naquela nave, com mais de 1.000 passageiros por país, não reinava a harmonia.
É verdade que na hora de escolher quem viajaria, o Governo brasileiro separou muita gente boa, mas até os traficantes queriam ir, para ver se conseguiam mais poder com isso.
Naquela época, a droga mais potente e consumida, era uma tal de Luza, um líquido completamente azul, com alto poder sobre o corpo humano, uma vez ingerida circulava pelo sangue até chegar ao cérebro, mais rápido que o crack, mais violento que a cocaína. Dominava o pensamento, a ação e a alimentação do viciado. Fornecia uma coragem para aqueles seres já descrentes da vida.
Dizem que os EUA usaram esta droga, como arma de guerra, nos combates no Paquistão e Iraque, nos 2.000 a 2.006.
No meio daquele marasmo, muitos usavam a criatividade para driblar o tempo, inventavam jogos, compunham músicas. Os brasileiros criaram um carnaval espacial.
O nome Setor 9, da nave, o brasileiro, cujo nome foi inspirado num filme de ficção científica de 2009, que fez muito sucesso nos cinemas dos shoppings do planeta terra. Muita gente abominou o filme, diziam que era racista.
__ Foi sem duvida dos piores filmes (senão mesmo o pior) que vi na minha vida. Disse um trabalhador braçal, com pouca cultura.
Outros já gostaram muito do filme:
__ O filme pode parecer estranho a algumas pessoas… Mas a grande verdade é que é simplesmente genial. Tem conteúdo e está muito bem feito. Afirmou um inteletual.
Mas a nave, super-dimensionada, para carregar muita carga e passageiros, já estava chegando ao destino final: Marte!
Mais uma volta em torno do planeta e já estava pronta para pousar no meio daquelas planícies empoeiradas e calor insuportável.
O local de pouso escolhido pela missão era próximo a uma cratera onde apresentava uma incidência maior do minério de urânio.
Acontece que por lá já estavam os chineses e os indianos, aglomerados em verdadeiras cidades e vários setores.
A chegada de mais 10.000 habitantes, não era nada agradável para eles.
__ Os branquelos chegaram, disse um indiano, de pele, torrada pela temperatura e a areia vermelha do planeta.
A conotação das palavras do indiano não agradou nada ao Osvandir, foi como se tivesse muita raiva de todos os que chegaram.
Assim que puseram os pés no planeta uma nuvem de poeira surgiu de repente e todos tiveram que esconder-se da melhor maneira.
Manoel Amaral
Continua…